O sucesso de games como Assassin’s Creed e Far Cry depende não só de
imaginação, mas também de um meticuloso trabalho que a coluna Conecte
foi conhecer nos estúdios da francesa Ubisoft, em Montreal, no Canadá.
A empresa, uma das principais produtoras de jogos do mundo, reúne
artistas e técnicos dedicados à sonorização, cenários e detalhes dos
jogos, que precisam de muito tempo e de muita criatividade.
Você já imaginou o trabalhão que dá sonorizar um game? Para fazer "uma"
cena, uma só, são necessárias mais de 20 trilhas sonoras. Sonorizar um
minuto de jogo pode levar até dois dias.
Fundada na França nos anos 1980, hoje a Ubisoft tem 26 estúdios em 17
países. Para começar um game, a direção artística parte de um tema
visual. O diretor artístico, Dominic Laforge, a partir dessa ideia, cria
os lugares onde a ação vai acontecer.
Dominic está nesse mercado há 12 anos e trabalhou na versão 3 do Far
Cry, que está entre os jogos mais vendidos. “Eu crio todo um universo
que o jogador vai explorar. Passo dias criando uma pequena área que o
jogador irá descobrir ou não”, afirma.
Os cenários são criados no computador, a partir de referências reais como fotos e filmes. É a criação de um novo mundo virtual.
O jogo Assassin’s Creed, na versão 2, se passa na Renascença, em
cidades da Itália como Florença e Veneza. O modelador Marco Tremblay
mostra como se transforma uma foto de um lugar como esses em uma imagem
totalmente digital que vai permitir se viver dentro deste mundo. "Você
tem que ser preciso com a história porque isso existe em algum lugar",
afirma.
Tudo é trabalhado para ganhar as mesmas formas, dimensões e os detalhes
da construção original. É preciso moldar, acertar as texturas e a
iluminação. O processo pode levar um mês, um mês e meio.
Para deixar o jogo mais realista, uma pessoa serve de modelo. Em todo o
corpo, são colocados pontos que captam e registram os movimentos e as
expressões faciais. Câmeras filmam o trabalho. O resultado é que os
personagens não parecem ter sido feitos em computador.
O presidente da empresa no Canadá, Yannis Mallat, conta que a Ubisoft
fez o jogo Avatar, lançado junto com o filme, e que o diretor James
Cameron usou no filme técnicas desenvolvidas na produção de videogames.
"Vai haver uma convergência entre cinema e vídeo game, mas podemos dizer
que uma das diferenças é que o videogame é um meio interativo. Por
isso, o caminho e fluxo da experiência dependem da ação do jogador",
explica.
Em um lugar escuro e misterioso, é instalada a sala de observação. Os
vidros são espelhados. Dentro, ficam pessoas comuns testando os jogos,
e, do outro lado, ficam os criadores, para ver se os jogos que eles
fizeram funcionam ou não.
A avaliação é feita a cada etapa da criação. Jonathan Dankoff é
responsável pelos testes. “Temos desde crianças de seis anos a jogadores
de 70 anos testando os jogos. Queremos ter certeza de que representam a
população em geral”, diz.
Os voluntários ganham uma diária para testar os games. Todas as reações
são estudadas. Os criadores veem o que funciona e o que não funciona.
O brasileiro Rafael Morado trabalha na Ubisoft como game designer do
jogo Splinter Cell. “A gente pensa o que o jogo vai ser, quais vão ser
as regras, quais vão ser as interações que o jogador vai ter, quais são
os sistemas com os quais ele vai interagir e como é que o jogo vai se
desenvolver”, afirma.
Louis-Pierre Pharand, diretor da marca Assassin’s Creed, conta que está
em produção o primeiro filme de longa-metragem baseado no jogo.
Louis-Pierre também dirige o laboratório que cria jogos gratuitos para
redes sociais, smartphones e tablets.
Os jogos on-line são mais um desafio para a indústria dos games, um
mercado onde o jogador decide como aproveitar tudo que foi criado.
“Quando você tem algo que é online e que vai crescer por muitos anos,
você está em contato direto com aquela comunidade (de jogadores). Essa
comunidade vai dar contribuições sobre aquilo que a gente faz e vamos
evoluir o tempo todo”, explica Louis-Pierre.
Acompanhe o video na integra no G1/Globo
fonte: G1/Globo







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